Da passagem pelo Aloisianum (anexo ao Colégio Santo Inácio, Rio de Janeiro), José Carvalho ressaltava a privilegiada convivência com grandes intelectuais da época, como o padre Sabóia de Medeiros, entre outros. Também, segundo ele, naqueles umbrais experimentara seu primeiro contato com a filosofia grega e aprofundara os conhecimentos sobre a história das religiões, duas influências determinantes em suas ideologias e na construção da filosofia humanística da FJC.
Como consequência, os pensamentos socráticos e a busca de Deus desprendida da concepção de uma religião específica são características predominantemente refletidas em sua obra, inclusive na arquitetura da sede da Fundação, quer pelos traços gregos ou pelos templos ecumênicos construídos para expressar a importância de Deus na vida do homem.
Outra simbologia dessa ascendência é reiterada pela estátua do Pensador, que alcança 15 metros de altura, também erigida na sede da Instituição, em meio a jardins e outros elementos herdados da cultura grega. Ressalte-se, todo esse cuidado com a projeção de um cenário admirável advém do pensamento do Fundador, acerca da conveniente conjunção entre a escola e o ambiente essencialmente belo e atrativamente acolhedor, não como simples culto à beleza, mas, sim, para dar melhores combustíveis à aprendizagem e à reflexão.
É em meio a esse oásis que, no ano de 1978, surge o Colégio Técnico, primeira escola criada pela Fundação, em Pojuca/BA, recebendo este nome em função do curso inaugural de Técnico em Mineração, cujos formandos, em grande parte, desenvolveram carreira profissional nas atividades de mineração da FERBASA.
Originalmente, funcionava em regime de internato, sendo uma das primeiras instituições educacionais no Brasil a introduzir o ensino individualizado, método lastreado na perspectiva de que o aluno, por si só, deve “aprender a aprender” e ser capaz de estabelecer a própria disciplina e ritmo de assimilação, sob a orientação dos professores responsáveis por cada matéria.
Ainda em sua primeira década de existência, atendendo ao apelo das principais empresas baianas, em uma ação não menos arrojada, a proposta foi inovada mediante a inserção dos cursos de computação e tradutor intérprete: o primeiro, uma das raras iniciativas no País nesta área; e o segundo, até hoje, talvez o único já implementado pelo Ensino Médio brasileiro.
Posteriormente, o projeto migrou para o Ensino Médio regular, atendendo, atualmente, a cerca de 450 alunos oriundos das Escolas Maria Carvalho e Denise Carvalho, além do acolhimento a estudantes da Rede Pública, os quais são selecionados e/ou preparados pelo Sistema Garimpando Talentos, também mantido pela própria Fundação.
Desde a formação de sua primeira turma, nos portais daquela escola passaram muitos e muitos talentos, hoje e outrora espalhados pelo mundo, contabilizando-se inúmeros casos de sucessos profissionais nos mercados nacional e internacional.